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Celso Antônio (1896-1984): 

o modernista maranhense.

Uma pequena amostra.
E é só o começo...

A obra de Celso Antônio está sendo catalogada.
Neste espaço serão publicadas obras, informações, conteúdos históricos e biográficos, passo a passo ao avanço das pesquisas sobre este admirável artista brasileiro.

Celso Antônio, Brasileiro (documentário)

Celso Antônio, Brasileiro (documentário)

Análise das obras

Tendo iniciado sua formação com Rodolfo Bernardelli (1852 - 1931) no Rio de Janeiro, no entanto, é em Paris, como aluno e auxiliar de Antoine Bourdelle (1861 - 1929), que Celso Antônio se aprimora na arte da escultura. Nesse período, o mestre francês já conquistara uma carreira de destaque na França, figurando entre os principais nomes da escultura do país, autor de diversos monumentos públicos, e dedicando-se fundamentalmente à atividade de professor, que desempenha de maneira inovadora para a época. Com sua supervisão, Celso Antônio cria uma versão de pedra em grandes proporções do Monumento aos Mortos da Álsácia.

De volta ao Brasil, realiza em 1927 o Monumento Comemorativo do Centenário do Café no Brasil, constituído por relevos de bronze de um cafeeiro adulto e por três figuras - um lavrador negro, uma lavradora de origem italiana e um estivador - postas sobre um bloco retangular de granito. Ainda na década de 1920, produz com freqüência monumentos funerários, como as obras para os túmulos do presidente do Estado, Carlos de Campos (1866 - 1927), na qual figuram as alegorias de bronze da pátria e da república, e da senhora Lydia Piza de Rangel Moreira, ambas no Cemitério da Consolação, em São Paulo. Segundo Walter Zanini, as obras produzidas por Celso Antônio nesse período têm figuras de formas econômicas e um modelado severo e conciso, que obedecem a um rigor geométrico (1).

De 1916 até 1931, expõe diversas vezes no Salão Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, e obtém menção honrosa em 1918. Em 1930, em São Paulo, participa da exposição coletiva com artistas modernistas na Casa de Warchavchik e, no ano seguinte, no Rio de Janeiro, integra o Salão Revolucionário na Escola Nacional de Belas Artes - Enba. Nas décadas de 1930 e 1940, recebe diversas encomendas oficiais. Para o jardim suspenso do gabinete do ministro Gustavo Capanema, no edifício do Ministério da Educação e Saúde - MES no Rio de Janeiro, hoje Palácio Capanema, cria as esculturas de pedra Moça Reclinada e Maternidade, esta posteriormente transferida para uma praça na praia de Botafogo.

Como nota a pesquisadora Marta Rossetti Batista, nos nus femininos produzidos para o Ministério da Educação, Moça Reclinada e Maternidade, Celso Antônio procura marcar características fisionômicas nas figuras que remetam a uma representação de brasilidade (2). Em esculturas como Cabeça de Moça Inclinada, de 1952, pertencente ao Museu Nacional de Belas Artes - MNBA do Rio de Janeiro, pode-se perceber a preocupação do autor em busca de uma figura de feições caracteristicamente femininas, que representem a figura mestiça da mulher cabocla. Também para o ministério, Le Corbusier encomenda-lhe, para os jardins da entrada do prédio, uma grande escultura que representasse o homem brasileiro, que não chega a ser concluída. Realiza também, em mármore, bustos de Capanema e do presidente Getúlio Vargas.

Em Trabalhador Brasileiro, 1945, sua última grande obra pública, feita para o Ministério do Trabalho, Celso Antônio elege como símbolo a figura de um homem de feições mulatas, de mãos para trás, o que a torna objeto de uma polêmica em torno das posições por meio das quais deveria ser representado o tipo racial brasileiro. A escultura acaba sendo retirada da frente do Ministério do Trabalho e transferida para o parque Monteiro Lobato, em Niterói, Rio de Janeiro.

Realiza também cabeça de gesso de Graça Aranha (1868 - 1931), Olavo Bilac (1865 - 1918), entre outros, e diversas pequenas esculturas de nus femininos. No acervo do MNBA encontra-se, além da Cabeça de Moça, uma escultura da cabeça da filha de Roquette Pinto. Nessas obras, que não têm caráter monumental, verifica-se a atenção do artista aos planos e volumes, e sua busca da simplicidade das formas.

Notas  (1) Walter Zanini apud ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. v.2, p. 561-562. | (2) BATISTA, Marta Rossetti. Os artistas brasileiros na Escola de Paris: anos 20. 1987. 894p. Tese (doutorado) - Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo - ECA/USP, São Paulo, 1987. p. 508-509.

Texto extraído de CELSO Antônio. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Acesso em: 22 de Abr. 2021. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

análie das obras
Obras

Modernista, Celso Antônio buscava a essência nacional. Sérgio Milliet (1898-1966)

Linha do tempo baseada na publicação MOREIRA FILHO, Eliézer. Celso Antônio e o Modernismo - Um Gênio Esquecido. Editora EDUFMA, São Luis - MA, 2012.

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"Se a arquitetuta é para seguir a mais perfeita estrada, e se a escultura é, no seu turno, para seguir o seu mais satisfatório caminho, então será conhecido que as duas foram feitas para andar lado a lado, cada uma dizendo claramente o que tem a dizer. Eu, por exemplo, gostaria de ver o trabalho de Celso Antônio em frente de um dos prédios por mim construído."

 • Le Corbusier (1887-1965) • 

"Podeis representar papel de primeira ordem nas artes de vosso país. Contais presentemente com uma ciência rara de escultor, como criador de formas e como escultor de mármore e pedra." (trecho de carta escrita para Celso Antonio em 22/2/1926)

 • Antoine Bourdelle (1861 - 1929) • 

"Quem quer que tenha interesse pelas artes e pelas letras no Brasil sabe a importância de Celso Antônio. (...) Tudo o que se fizer em favor de Celso Antônio, a partir de agora, é justo e oportuno. Chega tarde, mas ainda chega a tempo de saldar uma dívida que o Brasil tem para com este extraordinário artista." (20/11/1989)

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